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Descrição

A apostila Residência Médica UNICAMP 2025-26 foi desenvolvida para oferecer uma preparação completa e focada no processo seletivo da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Com conteúdo adaptado ao perfil da Banca Examinadora, esta apostila contém teoria resumida, exercícios práticos e provas anteriores comentadas para otimizar sua performance.

Principais temas abordados por área:

  1. Cirurgia Geral

    • Cirurgia do Aparelho Digestivo
    • Trauma
    • Gastroenterologia
    • Cirurgia Geral
    • Hepatologia
  2. Clínica Médica

    • Cardiologia
    • Infectologia
    • Hepatologia
    • Geriatria
    • Endocrinologia
  3. Ginecologia e Obstetrícia

    • Ginecologia Endócrina
    • Parto
    • Acompanhamento Gestacional
    • Puerpério
    • Corpo Uterino
  4. Medicina Preventiva e Social

    • Sistema Único de Saúde (SUS)
    • Vigilância em Saúde
    • Promoção e Prevenção da Saúde
    • Atuação Médica
    • Epidemiologia
  5. Pediatria

    • Infectologia Infantil
    • Gastroenterologia Pediátrica
    • Oncologia e Hematologia Pediátrica
    • Cardiologia Pediátrica
    • Pneumologia Infantil

O conteúdo da apostila inclui:

  • Teoria resumida para uma revisão eficaz e objetiva.
  • Mais de 10 mil exercícios específicos por assunto para prática direcionada.
  • Exercícios específicos por banca examinadora (Comvest): Questões comentadas para familiarização com o estilo da banca.
  • Provas anteriores resolvidas e comentadas para melhor compreensão do tipo de questão.
  • Mapas mentais para facilitar a revisão e a memorização.
  • Dicas e macetes com análise dos temas mais cobrados e do perfil da banca.

Conclusão A Apostila Residência Médica UNICAMP 2025-26 é ideal para quem busca uma preparação direcionada e eficiente. Com exercícios práticos e conteúdo estruturado, você terá todas as ferramentas necessárias para conquistar sua vaga na RM UNICAMP 2025-26.

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Prova UNICAMP 1 - 2025 - R1 - RESOLVIDA E COMENTADA

QUESTÃO 1: Homem, 47a, procurou a unidade básica de saúde por tosse que iniciou há 18 dias, associado a cefaleia, obstrução nasal e febre. Destes sintomas, apenas a tosse seca persistiu, mais frequente no início da manhã e ao deitar-se. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial. Medicamentos em uso: losartana. Exame físico: PA=128/76mmHg, FR=14irpm, FC=78bpm. Orofaringe, ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. A CONDUTA É:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Suspender losartana.

RESOLUÇÃO DETALHADA:O paciente apresenta tosse seca persistente por 18 dias, após um quadro gripal/respiratório superior que regrediu, e não há outros achados relevantes ao exame físico (ausculta pulmonar e cardíaca normais, sem febre atual, sem sinais de infecção ativa). A tosse é mais frequente no início da manhã e ao deitar-se, o que pode sugerir fatores posturais ou irritativos.O histórico de hipertensão arterial e o uso de losartana são dados cruciais. A losartana é um bloqueador do receptor da angiotensina II (BRA), uma classe de medicamentos que, embora menos frequentemente que os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), pode causar tosse seca como efeito adverso. A persistência da tosse após a resolução dos sintomas iniciais e a ausência de outras explicações óbvias (como infecção, asma, refluxo gastroesofágico) tornam o medicamento em uso uma forte suspeita.A conduta inicial, nesse contexto, seria a suspensão da losartana (ou sua substituição por outra classe de anti-hipertensivos, como um bloqueador de canal de cálcio ou um diurético tiazídico) para verificar se há melhora da tosse.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão aborda um cenário clínico comum na atenção primária, exigindo do candidato a capacidade de associar a medicação em uso com um efeito adverso. A tosse seca é um efeito colateral conhecido dos IECA (presente em 5-20% dos pacientes) e, em menor proporção (cerca de 1-3%), também pode ocorrer com os BRA, como a losartana. A fisiopatologia da tosse induzida por IECA envolve o acúmulo de bradicinina, que é degradada pela ECA. Os BRA, por atuarem em outro ponto da via renina-angiotensina-aldosterona, deveriam ter uma incidência menor de tosse, mas ainda é uma possibilidade a ser considerada, especialmente quando outras causas foram excluídas.Pegadinha potencial: Pensar apenas em causas infecciosas, alérgicas ou de refluxo para tosse persistente e esquecer de revisar a farmacoterapia do paciente. A temporalidade ("apenas a tosse seca persistiu") e a ausência de outros achados relevantes no exame físico direcionam para a investigação medicamentosa. Dicas para questões similares: sempre revisar a lista de medicamentos do paciente ao investigar sintomas inespecíficos ou persistentes, especialmente aqueles com efeitos colaterais conhecidos que mimetizam outras condições.

QUESTÃO 2: Mulher, 71a, apresentou episódio de tontura e queda há uma semana. Há dois meses ela teve um episódio diagnosticado como vertigem posicional paroxística benigna. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial e dislipidemia. Medicamentos em uso: losartana, sinvastatina e meclizina. Exame físico: PA deitada=126/84mmHg, PA após dois minutos em pé=110x76mmHg, FC=84bpm. O exame cardiológico mostra ritmo regular, sem sopros. Exame neurológico normal. O teste de levantar-se e andar está prolongado (16 segundos). A paciente é submetida a manobra de reposicionamento canalicular de Epley. A CONDUTA É:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Orientação sobre a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) e a manobra de Epley; considerar ajuste medicamentoso (meclizina) e avaliação da hipotensão postural; acompanhamento e fisioterapia para equilíbrio.

RESOLUÇÃO DETALHADA:A paciente apresenta tontura e queda, com histórico de VPPB diagnosticada há dois meses.

1. VPPB: A VPPB é uma causa comum de tontura em idosos e, se o diagnóstico prévio foi confirmado, a manobra de Epley é o tratamento de escolha para o reposicionamento dos otólitos. A questão já informa que a paciente foi submetida à manobra de Epley, então a conduta imediata seria orientá-la sobre os cuidados pós-manobra e a evolução esperada, além de monitorar a recorrência.

2. Medicamentos: Ela usa meclizina, um anti-histamínico com propriedades antivertiginosas e sedativas. Em idosos, a meclizina é frequentemente associada a efeitos colaterais como sedação, confusão e aumento do risco de quedas. Seus outros medicamentos (losartana, sinvastatina) não são causas comuns de tontura aguda ou quedas diretas neste contexto, mas a losartana pode contribuir para hipotensão postural.

3. Hipotensão Postural: O exame físico revela uma queda da PA sistólica de 126 mmHg para 110 mmHg e da PA diastólica de 84 mmHg para 76 mmHg ao se levantar. Uma queda de PA sistólica ≥ 20 mmHg (ou ≥ 10 mmHg na diastólica) é sugestiva de hipotensão postural. Embora a queda sistólica aqui seja de 16 mmHg, está próxima do limite, e a paciente já apresentou queda, o que aumenta a suspeita de que a hipotensão postural pode ser um fator contribuinte ou complicador.

4. Teste de Levantar-se e Andar: O teste prolongado (16 segundos) indica um risco aumentado de quedas e problemas de equilíbrio, mesmo que o exame neurológico seja normal.

Portanto, a conduta deve ser multifacetada:

Reforçar as orientações pós-manobra de Epley para a VPPB.

Reavaliar a necessidade e dose da meclizina, considerando seus efeitos sedativos e o risco de quedas, com potencial de suspensão ou substituição, especialmente após a manobra de Epley.

Investigar e gerenciar a hipotensão postural, que pode ser agravada pela losartana, e que é um fator de risco para quedas.

Considerar encaminhamento para fisioterapia ou reabilitação para melhora do equilíbrio e prevenção de quedas, dado o teste "levantar-se e andar" prolongado.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão é um excelente exemplo de como a geriatria e a clínica médica se interligam na avaliação de quedas em idosos. Vários fatores de risco estão presentes: idade avançada, história de VPPB (recorrente), polifarmácia (meclizina, losartana), e sinais de disfunção do equilíbrio (teste prolongado) e hipotensão postural (mesmo que limítrofe).A VPPB é a causa mais comum de vertigem e é tratável com manobras de reposicionamento, como a de Epley. No entanto, a VPPB não é a única causa de tontura e quedas em idosos. A avaliação da hipotensão postural é crucial, e a medição da pressão arterial em decúbito e ortostatismo é um passo fundamental. A meclizina, embora usada para tontura, pode paradoxalmente aumentar o risco de quedas em idosos devido aos efeitos anticolinérgicos e sedativos, sendo um medicamento a ser usado com cautela e por tempo limitado.Pegadinha potencial: Focar apenas na VPPB e na manobra de Epley, negligenciando outros fatores importantes de risco de queda no idoso, como a polifarmácia e a hipotensão postural. A questão testa a capacidade de integrar diferentes informações e formular uma conduta abrangente para um paciente idoso frágil.

QUESTÃO 3: Mulher, 47a, encontra-se na Unidade de Emergência por sepse de foco urinário. Após a expansão volêmica, antibioticoterapia e início de noradrenalina em veia periférica, apresentou PA= 96/72mmHg, FC= 98bpm, FR= 22irpm, T= 38°C e oximetria= 96% sob cateter O2 2L/min. Foi submetida a passagem de acesso venoso central em veia jugular interna esquerda. Exame físico após o procedimento: PA=76/56mmHg, FC=124bpm, FR=28irpm, T=38,1°C, oximetria=93% sob máscara não reinalante a 15L/min. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular reduzido à esquerda e bulhas hipofonéticas. O EXAME INDICADO PARA CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA É:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Radiografia de tórax e Ultrassonografia (USG) de tórax.

RESOLUÇÃO DETALHADA:A paciente, com sepse de foco urinário e em uso de noradrenalina, passou por um procedimento de inserção de cateter venoso central (CVC) em veia jugular interna esquerda. Após o procedimento, ela apresentou uma piora clínica abrupta e significativa:

Instabilidade hemodinâmica: Queda importante da PA (de 96/72 para 76/56 mmHg), taquicardia (FC de 98 para 124 bpm).

Piora respiratória: Aumento da FR (de 22 para 28 irpm), queda da oximetria (de 96% sob 2L O2 para 93% sob máscara não reinalante 15L O2), indicando maior necessidade de suporte ventilatório.

Achados ao exame físico: Murmúrio vesicular reduzido à esquerda e bulhas hipofonéticas.

Este quadro é altamente sugestivo de uma complicação mecânica relacionada à inserção do CVC, especificamente um pneumotórax e/ou hemotórax à esquerda. A redução do murmúrio vesicular à esquerda aponta para acúmulo de ar ou líquido na pleura. As bulhas hipofonéticas podem ser um sinal de choque, tamponamento cardíaco (menos provável com jugular interna, mas possível em procedimentos subclavios) ou até mesmo um derrame pleural volumoso.

Os exames indicados para confirmar pneumotórax ou hemotórax são:

1. Radiografia de tórax: É o exame inicial e mais acessível para detectar pneumotórax, hemotórax ou derrame pleural após inserção de CVC.

2. Ultrassonografia (USG) de tórax: Torna-se cada vez mais utilizada na emergência por ser rápida, à beira do leito, e altamente sensível para detectar pneumotórax (ausência de deslizamento pleural) e derrame pleural, além de poder avaliar a função cardíaca em casos de instabilidade.

A tomografia computadorizada de tórax seria o padrão ouro, mas não é o exame inicial para confirmação de uma complicação aguda à bebe do leito em um paciente instável. A radiografia e a USG de tórax são os exames mais indicados para confirmação diagnóstica imediata nessa situação.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão avalia a capacidade de reconhecer uma complicação iatrogênica grave e agir rapidamente. A inserção de cateter venoso central na veia jugular interna, apesar de ser um procedimento comum e geralmente seguro, pode cursar com pneumotórax, hemotórax ou, menos comumente, lesão arterial ou arritmias. A piora súbita do paciente, especialmente respiratória e hemodinâmica, com achados de ausculta unilateral reduzida, é um alerta vermelho claro.O "murmúrio vesicular reduzido à esquerda" e a piora da oximetria, junto com a hipotensão e taquicardia, formam uma constelação de sinais que apontam para uma emergência torácica.Pegadinha potencial: A questão pode induzir o candidato a pensar em complicações relacionadas à sepse em si, mas a temporalidade (piora após o procedimento) e os achados específicos direcionam fortemente para uma complicação iatrogênica. A escolha do "melhor" exame é crucial; enquanto a TC é mais detalhada, a Radiografia e a USG são mais rápidas e disponíveis na emergência para confirmação inicial.

QUESTÃO 4: Homem, 60a, comparece à Unidade Básica de Saúde referindo fraqueza, indisposição, aumento do volume abdominal e edema de membros inferiores há três meses. Exame físico: afebril, acianótico, anictérico, eupneico, hidratado. PA=124/82mmHg,FC=82bpm. Ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. Abdômen: ascite volumosa, membros inferiores com edema moderado. Presença de ginecomastia. Exames laboratoriais: sorologia para Hepatite C=não reagente; sorologia para hepatite B: HBsAg=positivo, anti-HBs=negativo, antiHBc=positivo, anti-HBe=positivo, HBeAg=negativo, HIV=negativo. A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, QUE DETERMINA A CONDUTA, É:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Cirrose hepática secundária à infecção crônica por Hepatite B com HBeAg negativo, descompensada com ascite e edema, e sinais de insuficiência hepática (ginecomastia).

RESOLUÇÃO DETALHADA:O paciente apresenta um quadro clínico clássico de doença hepática crônica descompensada:

Sintomas: Fraqueza, indisposição, aumento do volume abdominal (ascite), edema de membros inferiores. Esses são sintomas comuns de cirrose e insuficiência hepática.

Sinais ao exame físico: Ascite volumosa, edema de membros inferiores e ginecomastia. A ginecomastia é um sinal de hiperestrogenismo, comum na doença hepática avançada devido à falha na metabolização dos hormônios.

Laboratório (Hepatite B): A sorologia para Hepatite B é crucial:

HBsAg positivo: Indica infecção ativa (crônica ou aguda).

Anti-HBs negativo: Ausência de anticorpos protetores, confirmando que a infecção é ativa e não resolvida.

Anti-HBc positivo: Indica contato prévio ou atual com o vírus.

HBeAg negativo: Indica que o vírus pode ter mutado (fase de replicação de HBeAg negativo) ou está em fase de baixa replicação viral, mas não exclui doença hepática ativa. O importante é o HBsAg positivo por tempo prolongado, que caracteriza a infecção crônica.

A associação desses achados clínicos, com a ginecomastia, ascite e edema, em um paciente com infecção crônica por Hepatite B, aponta fortemente para cirrose hepática descompensada. A Hepatite B crônica é uma das principais causas de cirrose hepática em todo o mundo. A ausência de Hepatite C ou HIV reforça o papel da Hepatite B.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão exige o reconhecimento dos sinais e sintomas de descompensação hepática e a correta interpretação da sorologia da Hepatite B para estabelecer a etiologia. A Hepatite B crônica pode evoluir para cirrose, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular. A ginecomastia é um achado importante que diferencia a cirrose de outras causas de ascite e edema (como insuficiência cardíaca ou renal), apontando para disfunção hepática.A interpretação da sorologia da Hepatite B é um tema frequente em provas. HBsAg positivo por mais de 6 meses define Hepatite B crônica. Anti-HBs negativo significa ausência de proteção. HBeAg negativo pode indicar uma fase de menor replicação viral ou a presença de um mutante pré-core/core-promotor, mas não significa que a doença é inativa, especialmente se houver evidência de dano hepático.Pegadinha potencial: Uma "pegadinha" seria não associar a ginecomastia e a ascite diretamente à doença hepática avançada, ou interpretar erroneamente a sorologia da Hepatite B, talvez confundindo HBeAg negativo com inatividade total da doença, quando na verdade, ainda é uma Hepatite B crônica que pode causar cirrose.

QUESTÃO 5: Mulher, 72a, engenheira, apresenta queixa progressiva de desatenção há cerca de dois anos, sem sintomas motores. Apresenta dificuldade de planejamento, de tomar conta de suas finanças e de iniciativa para conversas. Há um ano, começou a se perder em locais novos e a enxergar animais e pessoas que não existem, além de ideias infundadas sobre traição de sua esposa. Esporadicamente fica excessivamente sonolenta, dormindo algumas horas durante o dia, mesmo tendo dormido bem à noite. Nega uso de medicamentos. Exame neurológico: marcha com pequenos passos, rigidez com roda denteada em membros superiores e bradicinesia. Exame cognitivo de Montreal (MoCA)=22/30. Ressonância de crânio mostra discreta atrofia cortical posterior. A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA É:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Demência com Corpos de Lewy (DCL).

RESOLUÇÃO DETALHADA:Os critérios diagnósticos para Demência com Corpos de Lewy (DCL) incluem:

1. Déficit cognitivo: Declínio cognitivo progressivo, grave o suficiente para interferir nas atividades de vida diária. A paciente apresenta desatenção, dificuldade de planejamento e manejo de finanças. O MoCA de 22/30 é compatível com comprometimento cognitivo.

2. Características centrais (pelo menos duas para diagnóstico provável):

3. Cognição flutuante: "Esporadicamente fica excessivamente sonolenta, dormindo algumas horas durante o dia, mesmo tendo dormido bem à noite." Isso sugere flutuações marcadas na atenção e vigília.

4. Alucinações visuais recorrentes: "Começou a se perder em locais novos e a enxergar animais e pessoas que não existem." Isso é um sintoma cardinal da DCL.

5. Parkinsonismo espontâneo: "Marcha com pequenos passos, rigidez com roda denteada em membros superiores e bradicinesia." Esses são sinais de parkinsonismo que surgiram em concomitância ou após o início do declínio cognitivo. Na DCL, o parkinsonismo geralmente se manifesta no primeiro ano do início da demência ou até 12 meses após os sintomas cognitivos.

6. Características sugestivas (não obrigatórias, mas apoiam o diagnóstico):

7. Transtorno do comportamento do sono REM (não mencionado explicitamente, mas a sonolência diurna excessiva pode estar relacionada).

8. Alta sensibilidade a neurolépticos.

A paciente apresenta claramente um declínio cognitivo, alucinações visuais vívidas, flutuação cognitiva (sonolência diurna excessiva) e sinais de parkinsonismo. Todos esses elementos, especialmente a tríade de demência, alucinações visuais e parkinsonismo, são altamente característicos da Demência com Corpos de Lewy. A atrofia cortical posterior na ressonância pode ser inespecífica ou vista em outras demências, mas não afasta a DCL.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão testa o conhecimento sobre as diferentes formas de demência e a capacidade de diferenciar a DCL de outras condições, como a doença de Alzheimer ou a doença de Parkinson com demência. A chave para a DCL é a presença da tríade de:

1. Demência (especialmente com déficits de atenção e funções executivas).

2. Alucinações visuais bem formadas, recorrentes e detalhadas.

3. Parkinsonismo (bradicinesia, rigidez, tremor em repouso), que geralmente surge após ou simultaneamente aos sintomas cognitivos. (Se o parkinsonismo precede a demência por mais de um ano, o diagnóstico tende a ser doença de Parkinson com demência).A flutuação cognitiva é outro achado muito importante na DCL.Pegadinha potencial: Confundir com a doença de Parkinson (que teria parkinsonismo predominante primeiro) ou com Alzheimer (que geralmente não tem alucinações visuais tão proeminentes ou parkinsonismo no início). A descrição da paciente contém todos os "clues" para DCL. A atrofia cortical posterior é um achado secundário que não define o tipo de demência aqui.

QUESTÃO 6: Mulher, 30a, previamente hígida, procurou a Unidade Básica de Saúde em junho de 2023 por apresentar lesões elevadas e acinzentadas na região perianal. A investigação mostrou anti-HIV=negativo, teste treponêmico=positivo e VDRL=1:128. Foi tratada com benzilpenicilina benzatina 2.400.000 UI em dose única. Retornou em junho de 2024, referindo não ter tido atividade sexual desde o diagnóstico, e estar assintomática, com VDRL=1:8. O DIAGNÓSTICO EM JUNHO DE 2024 ERA:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Sífilis tratada com resposta sorológica satisfatória (cura sorológica).

RESOLUÇÃO DETALHADA:Em junho de 2023:

Lesões elevadas e acinzentadas na região perianal: Sugestivo de condiloma lata, que são lesões secundárias da sífilis.

Teste treponêmico positivo e VDRL=1:128: Confirma o diagnóstico de sífilis. O VDRL alto (1:128) indica doença ativa.

Tratamento: Benzilpenicilina benzatina 2.400.000 UI em dose única é o tratamento padrão para sífilis primária, secundária ou latente recente (< 1 ano). As lesões de condiloma lata são características de sífilis secundária.

Em junho de 2024:

Assintomática, sem atividade sexual desde o tratamento: Sugere que não houve reinfecção.

VDRL=1:8: Houve uma queda de 5 títulos (1:128 para 1:64, para 1:32, para 1:16, para 1:8). Uma queda de pelo menos 4 títulos (ou 2 diluições, como de 1:128 para 1:32) é considerada uma resposta sorológica satisfatória ou cura sorológica. A persistência de títulos baixos e estáveis de VDRL após o tratamento, mesmo após uma queda significativa, é conhecida como "cicatriz sorológica" e é comum, não indicando falha terapêutica ou reinfecção na ausência de novos sintomas ou aumento de títulos.

Portanto, em junho de 2024, o diagnóstico é de sífilis tratada com resposta sorológica satisfatória, sem evidências de reinfecção ou falha terapêutica.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão avalia o conhecimento sobre diagnóstico, tratamento e acompanhamento da sífilis. A interpretação do VDRL (teste não treponêmico) é fundamental:

Diagnóstico de sífilis ativa: Requer um teste treponêmico (FTA-Abs, TPPA) positivo e um teste não treponêmico (VDRL, RPR) reagente, com títulos geralmente altos.

Tratamento: A penicilina benzatina é a droga de escolha. A dose e o esquema dependem do estágio da sífilis.

Acompanhamento (cura sorológica): Uma queda de pelo menos 4 vezes (ou 2 diluições) no título do VDRL após o tratamento, em 6 a 12 meses, é considerada critério de cura sorológica. Por exemplo, de 1:128 para 1:32 ou menos. Neste caso, de 1:128 para 1:8, a queda foi de 5 títulos, o que é mais do que suficiente para caracterizar resposta satisfatória. A "cicatriz sorológica" (VDRL baixo e estável) pode persistir por anos.Pegadinha potencial: Considerar que VDRL reagente (1:8) significa sífilis ainda ativa ou reinfecção, sem levar em conta a queda significativa do título após o tratamento e o relato de ausência de atividade sexual. É crucial entender o conceito de cura sorológica e cicatriz sorológica.

QUESTÃO 7: Mulher, 27a, procurou o Pronto Atendimento por dor torácica precordial iniciada há dois dias, pior à inspiração profunda, com enzimas cardíacas normais e eletrocardiograma mostrando taquicardia sinusal associada a supradesnivelamento difuso do segmento ST. Após três dias de internação, a paciente apresentou piora da precordialgia, associada a dispneia e mal-estar. Exame físico: sonolenta e orientada, extremidades frias. PA=86/46mmHg; FC=132bpm; FR=24irpm; saturação de oxigênio=94% em ar ambiente; tempo de enchimento capilar=5s. Ausculta pulmonar normal. Ausculta cardíaca: ritmo regular em dois tempos, bulhas hipofonéticas, sem sopros. Dímero-d=400ng/mL. Ultrassonografia pulmonar (Imagem A) e de veia cava inferior (Imagem B) variação no diâmetro < 50%. A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA É:

PROPOSTA DE RESPOSTA: Pericardite aguda complicada com tamponamento cardíaco (ou derrame pericárdico com sinais de tamponamento).

RESOLUÇÃO DETALHADA:Vamos analisar o quadro em duas fases:Fase 1 (Apresentação inicial - há dois dias):

Dor torácica precordial: Piora à inspiração profunda, sugerindo dor pleurítica.

Enzimas cardíacas normais: Afasta síndrome coronariana aguda.

ECG: Taquicardia sinusal com supradesnivelamento difuso do segmento ST. Este é um achado clássico de pericardite aguda.

Fase 2 (Piora após três dias de internação):

Piora da precordialgia, dispneia e mal-estar.

Instabilidade hemodinâmica grave: PA=86/46mmHg (hipotensão), FC=132bpm (taquicardia), extremidades frias, tempo de enchimento capilar prolongado (5s, normal < 2s). Esses são sinais de choque.

Bulhas hipofonéticas: Um dos componentes da Tríade de Beck (hipotensão, turgência jugular, bulhas hipofonéticas), clássica do tamponamento cardíaco.

Ultrassonografia de Veia Cava Inferior (VCI) com variação no diâmetro < 50%: Isso indica VCI "tensa" ou pletórica, que não colapsa significativamente com a respiração. É um sinal de pressão venosa central elevada e é altamente sugestivo de tamponamento cardíaco ou sobrecarga volêmica.

A paciente iniciou com um quadro de pericardite aguda (dor pleurítica, supradesnivelamento difuso do ST). A piora posterior, com sinais de choque, bulhas hipofonéticas e VCI pletórica, é classicamente compatível com a evolução de um derrame pericárdico para tamponamento cardíaco, uma complicação grave e com risco de vida da pericardite.O Dímero-d de 400ng/mL está abaixo do limite de corte comum para excluir tromboembolismo pulmonar (geralmente 500ng/mL), e a USG pulmonar é mencionada mas sem detalhes da "Imagem A", mas mesmo que tivesse um valor mais alto, os outros sinais são muito mais sugestivos de tamponamento.

COMENTÁRIO ANALÍTICO:Esta questão é complexa e exige a integração de múltiplos achados clínicos, eletrocardiográficos e de imagem (ultrassom beira-leito) para o diagnóstico correto de uma emergência cardiológica.O supradesnivelamento difuso do ST é o carro-chefe do diagnóstico de pericardite. A dor pleurítica reforça. A evolução para hipotensão, taquicardia, bulhas hipofonéticas e turgência jugular (implícita pela VCI pletórica) configura um tamponamento cardíaco. O tempo de enchimento capilar prolongado e extremidades frias confirmam o estado de choque. A ultrassonografia da VCI é uma ferramenta cada vez mais usada na emergência para avaliar o estado volêmico e auxiliar no diagnóstico de tamponamento (VCI pletórica, pouco colapsível).Pegadinha potencial: Pensar em outras causas de dor torácica ou choque, como tromboembolismo pulmonar (o Dímero-d baixo ajuda a excluir, embora não seja o fator principal aqui) ou choque séptico (a paciente não tem um foco claro de infecção ou febre persistente). A sequência de eventos (pericardite aguda seguida de choque com sinais específicos) é a chave.

Análise Aprofundada da Prova UNICAMP 1 - 2025 - Discursiva - SP | R1

Com base nas 7 questões fornecidas, é possível traçar um perfil da banca examinadora e do tipo de cobrança da UNICAMP para a Residência Médica (R1).

Análise da Banca Examinadora (UNICAMP)

1. Foco Clínico e Raciocínio Diagnóstico/Terapêutico: As questões são eminentemente clínicas, apresentando cenários de pacientes com queixas e dados relevantes (história, exames físicos e complementares). O objetivo é avaliar a capacidade do candidato de chegar a uma hipótese diagnóstica ou definir uma conduta.

2. Multidisciplinaridade: As questões abrangem diversas especialidades: Clínica Médica (tosse, quedas em idosos, sepse/complicações iatrogênicas, hepatopatia), Geriatria (quedas, polifarmácia), Neurologia (demências), Infectologia (sífilis), Cardiologia (pericardite/tamponamento). Isso indica que a prova busca um médico generalista bem preparado para a R1.

3. Integração de Conhecimentos: Não basta decorar fatos. É preciso integrar informações de diferentes áreas (farmacologia, fisiopatologia, semiologia, exames complementares) para construir uma linha de raciocínio.

4. Atenção aos Detalhes: Pequenos detalhes no enunciado (idade do paciente, tempo de evolução, medicação em uso, resultados específicos de exames) são cruciais para o diagnóstico e a conduta.

5. Relevância para a Prática Médica: Os casos apresentados são problemas comuns e importantes na prática clínica, tanto na atenção primária quanto na emergência.

6. Formato Discursivo: Embora não tenhamos as respostas, o formato "A CONDUTA É:" ou "A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA É:" sugere que as respostas esperadas são diretas, mas que a justificativa (resolução detalhada) seria o ponto chave de avaliação. Isso exige clareza e concisão na exposição do raciocínio.

Dicas Gerais para a Prova da UNICAMP R1

Estudo Abrangente: Não negligencie nenhuma área da clínica médica. Geriatria, infectologia e emergências cardiológicas/respiratórias parecem ter um peso considerável.

Raciocínio Clínico: Foque em entender a fisiopatologia, os critérios diagnósticos e os algoritmos de tratamento, em vez de apenas memorizar. Pergunte-se "por que isso está acontecendo?" e "qual o próximo passo lógico?".

Semiologia Apurada: A interpretação de achados do exame físico (ausculta, inspeção, testes simples) é fundamental.

Interpretação de Exames Complementares: Domine a leitura de ECGs, exames laboratoriais (sorologias, dímero-D) e a interpretação de achados ultrassonográficos relevantes para a beira-leito.

Farmacologia Clínica: Conheça os principais efeitos colaterais de medicamentos de uso comum, especialmente aqueles que podem mimetizar doenças.

Geriatria: A avaliação do idoso (quedas, polifarmácia, demências) é um tema recorrente e importante.

Prática de Casos Clínicos: Resolva muitos casos clínicos, preferencialmente de provas anteriores da UNICAMP ou de bancas com perfil similar. Isso treina o raciocínio e a organização das ideias para o formato discursivo.

Linguagem Clara e Concisa: No formato discursivo, a clareza é essencial. Responda o que foi perguntado, de forma objetiva, mas com a justificativa adequada.

Macetes e Como se Livrar das Pegadinhas

1. Analise o "Pano de Fundo": Qual a idade do paciente? Quais são os antecedentes? Quais medicamentos ele usa? Esses dados frequentemente direcionam para diagnósticos específicos ou efeitos adversos. (Ex: Losartana e tosse na Q1, Idoso e quedas/polifarmácia na Q2, Idoso e demência na Q5).

2. Temporalidade dos Sintomas: O que veio primeiro? Quando houve a piora? Isso ajuda a diferenciar causas agudas de crônicas, e complicações de doenças de base. (Ex: Piora após CVC na Q3, Sífilis tratada na Q6, Pericardite evoluindo para tamponamento na Q7).

3. "Red Flags" e Sinais de Alerta: Busque por achados que apontam para emergências ou complicações graves (hipotensão, taquicardia, dispneia súbita, alteração de murmúrio vesicular, bulhas hipofonéticas, tempo de enchimento capilar prolongado). (Ex: Q3 e Q7).

4. Polifarmácia no Idoso: Em pacientes idosos, sempre questione se os sintomas podem ser efeitos adversos ou interações medicamentosas. (Ex: Meclizina na Q2).

5. Interpretação de Sorologias: Para doenças infecciosas como Hepatite B e Sífilis, a interpretação correta do painel sorológico é vital para diferenciar infecção ativa, infecção resolvida ou tratada, e portador crônico. (Ex: Q4 e Q6).

6. Tríades e Quadros Clássicos: Conhecer as tríades clássicas (ex: Beck para tamponamento), bem como a constelação de sintomas e sinais de doenças importantes (ex: Demência com Corpos de Lewy na Q5), é um atalho para o diagnóstico.

7. Exame Físico Focado: Valorize os achados do exame físico. Murmúrio vesicular reduzido, ascite, ginecomastia, marcha parkinsoniana são chaves diagnósticas.

8. Releia a Pergunta: Certifique-se de que está respondendo exatamente o que foi perguntado ("A CONDUTA É:", "A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA É:", "O EXAME INDICADO É:").

Temas com Maior Relevância e Grau de Dificuldade (baseado nas questões analisadas)

1. Doenças do Idoso e Geriatria:

2. Quedas em idosos: Etiologia multifatorial (polifarmácia, hipotensão postural, VPPB, distúrbios de marcha e equilíbrio). (Q2)

3. Demências: Diagnóstico diferencial entre Alzheimer, DCL, demência vascular, etc., com ênfase nas características clínicas distintas. (Q5)

4. Polifarmácia e reações adversas a medicamentos. (Q1, Q2)

5. Emergências Clínicas:

6. Complicações iatrogênicas de procedimentos invasivos: Pneumotórax/hemotórax pós-CVC. (Q3)

7. Pericardite e Tamponamento Cardíaco: Diagnóstico e manejo em emergência. (Q7)

8. Choque: Reconhecimento dos sinais e etiologias. (Q3, Q7)

9. Hepatologia:

10. Doença hepática crônica e cirrose: Sinais de descompensação (ascite, edema, ginecomastia) e suas etiologias (Hepatite B, C). (Q4)

11. Interpretação da sorologia da Hepatite B. (Q4)

12. Infectologia:

13. Sífilis: Estágios, tratamento e critérios de cura sorológica/cicatriz sorológica. (Q6)

14. Distúrbios Respiratórios:

15. Tosse crônica: Investigação, incluindo causas medicamentosas. (Q1)

16. Cardiologia:

17. Pericardite aguda: Achados no ECG e clínica. (Q7)

Questões com \"Pegadinhas\" Assinaladas

QUESTÃO 1 (Tosse e Losartana): A pegadinha está em não considerar o efeito adverso da medicação em uso. É fácil focar em causas infecciosas ou alérgicas e esquecer a losartana.

QUESTÃO 2 (Quedas em Idosos): A pegadinha é focar apenas na VPPB e na manobra de Epley, negligenciando a polifarmácia (meclizina) e a hipotensão postural como fatores de risco adicionais para quedas.

QUESTÃO 3 (Piora Pós-CVC): A pegadinha pode ser pensar em piora da sepse em si, em vez de uma complicação iatrogênica aguda, dada a temporalidade e os achados específicos (murmúrio reduzido, piora respiratória e hemodinâmica pós-procedimento).

QUESTÃO 6 (Sífilis e VDRL): A pegadinha é interpretar um VDRL reagente (1:8) como doença ativa ou reinfecção sem considerar a queda significativa do título após o tratamento adequado e a ausência de nova exposição, o que indica cura sorológica/cicatriz sorológica.